quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Logística da Ida e da Volta

Esse era um tema que achei que resolveria com relativa rapidez. Mas tem tomado meu tempo muito mais do que esperava. Vou tentar resumir as minhas premissas e minhas dúvidas.

Basicamente, pra quem vai sair de Saint Jean Pied-de-Port (SJPP) tem dois caminhos óbvios para chegar:

  1. Por cima, pela França -- Rio=>Paris (avião)=>Bayonne (trem TGV)=>SJPP (trem normal);
  2. Por baixo, pela Espanha -- Rio=>Madri (avião)=>Pamplona (avião)=>Roncesvalle (ônibus)=> SJPP (taxi);
Na minha cabeça, o caminho pela França é o mais óbvio. Menos baldeação, sem troca de aviões, a estação de trem fica no aeroporto de Paris. Muito óbvio. Mas aí começam as dificuldades.
  • Parece que transportar bicicleta no TGV é uma dor de cabeça;
  • Complica a logística da volta, pois vou acabar tendo que voltar para Paris;
    • Pela França -- Santiago=>Madri (avião)=>Paris (avião)=>Rio (avião);
    • Pela Espanha -- Santiago=>Madri (avião)=>Rio (avião); 
Conclusão até agora. Ainda estou batendo cabeça com essa questão e não defini. Conciliar a minimização de dor de cabeça com menores tarifas está tomando mais tempo do que pensei. Por enquanto é isso...
Assim que avançar no assunto, farei uma atualização nesse mesmo post.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Verdade do Caminho

Depois que li o livro do Sérgio Reis, fiquei animado com a história de carimbar a credencial do peregrino e ser homenageado na missa de chegada a Santiago. Descobri que para conseguir essa credencial, no Rio, o mais fácil é pedir para a Associação dos Amigos do Caminho de Santiago do Rio, eles entregam pelo correio. Mas descobri também que eles tem um encontro mensal e que ocorreria naquela mesma semana.

Resolvi ir.

Para minha surpresa, a primeira de várias, eu com 43 anos era um dos mais novos e muito abaixo da média de idade da turma mais animada. Pessoas que foram 1, 2, 3 ou mais vezes fazer o Caminho. Encontrei um pessoal mais velho, mais fora de forma (pelo menos na aparência), porém com uma jovialidade mais presente do que em muito encontro de jovens. Mal cheguei, um pouco atrasado, é verdade, me colocaram no palco junto com as demais pessoas que eram novatas naquele encontro.

Segunda surpresa, que ambiente acolhedor, pessoas atenciosas, querendo te ouvir, te ajudar. Sanduichinhos, bombons e uma vontade gratuita de fazer você se sentir bem. Vimos um vídeo, ouvimos coisas práticas da rotina dos albergues, da arrumação de mochila, etc. Em relação a parte prática, fazer o Caminho de bicicleta ainda não é uma coisa muito usual, pelo menos no Rio. Algumas pessoas já fizeram, mas não é uma coisa muito frequente, pelo menos pro carioca. Mas mesmo assim, algumas pessoas se aproximaram de mim, oferecendo indicação de livros e de pessoas que fizeram o Caminho de bicicleta.

Enfim, uma grata surpresa geral, parece que esse é o espirito do Caminho de Santiago. Solidariedade, ajuda ao próximo, tudo sem querer nada em troca. Ser humano com ser humano. Pura troca. Até então meus treinos tinham sidos focados no físico e prático, agora começo a perceber com meus próprios sentimentos (já tinha lido no livro do Sérgio Reis) como o Caminho é muito mais do que um desafio físico.

O Caminho começa muito antes do primeiro passo em Saint Jean Pied-de-Port...