quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Final da Viagem

Acabei passando 2 noites em Santiago, a segunda noite foi magica. Pude andar mais tarde pelos cantos e becos da parte antiga da cidade no entorno da Catedral. Sao ruas magicas, de repente cheias ou desertas que mudam ao virar uma esquina. Sao misteriosas e carregadas de historias em suas grandes pedras de granito. Ruas totalmente tortas, que cresceram sem nenhum planejamento, ou talvez, planejadas para as pessoas se perderem e apenas algumas se encontrarem. Sei que foi magico...

Visitando um dos varios museus da cidade passei a entender a razao da quantidade de comercio de bugingangas com suas lojinhas nos mais diversos formatos e tamanhos, assim como a quantidade de tabernas e restaurantes em suas diversas formas.

A missa do dia anterior me trouxe de volta para o mundo. Na verdade ainda demorei mas alguns dias para me reconectar ao mundo, diria que ainda estou chegando.

Bom, mas voltando a Santiago, existem duas formas de ir para Madri (acho q tem o trem tambem, mas nao pesquisei):

1) aviao - a tarifa normal custava mais de 200 euros, mas tinha um voo que saia as 22h e que custava 100 euros -- com o risco de ainda cobrarem 75 euros pelo transporte da bike, ja que seria apenas um voo local sem conexao com um internacional;
2) onibus - 57 euros, ja incluindo 10 euros de transporte de bicicletas.

Optei pelo onibus. Mesmo sendo uma viagem longa com varias paradas, 600km e 8 horas de duracao foi otima. Nem vi o tempo passar e ainda foi interessante passar por algumas cidades que passei pedalando. Ah...tem wifi no ônibus!!!

Cheguei a noite em Madri fui a cidade dar uma volta...que diferença...cidade grande...

De manhã parti para pegar o vôo de volta pro Rio... Que viagem longa...a ansiedade faz o tempo parar...

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dia 13 - Santiago de Compostela

Hoje fui a missa dos peregrinos.

Retiro o que disse ontem sobre a cidade. É grande sim e é cheia de turistas e comerciantes de bugingangas sim. E ontem foi um choque porque eu estava sem ver gente e como foi feriado estava mais cheio do que o normal.

Na missa dentro daquela igreja especial, em homenagem aos peregrinos, citando quantos, de qual nacionalidade e de onde sairam os peregrinos. Éramos apenas dois brasileiros que tínhamos chegado naquele dia, partindo de SJPP. Falando da dureza do caminho do sacrifício, da fé e do amor que é preciso ter para completar o caminho e como isso é importante pra toda vida...não tive como não me emocionar e sentir que aquelas palavras estavam direcionadas para mim.

Nunca gostei de uma missa como gostei dessa.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dia 12 - Melide - Santiago - 54km

Dia frio e nublado, mas sem chuva. Fiquei oscilando entre pedalar forte pra chegar logo ou devagar pra apreciar mais o momento. O lance é que não chegava nunca. O que não é a expectativa e a ansiedade da nossa cabeça...

A paisagem predominante do dia foram florestas de eucaliptos. Passamos por várias delas. Bem bonitas e carregadas de energia. O Caminho fica realmente mais cheio em alguns trecho é preciso pedir passagem.

Tinha uma expectativa em relação ao monte do Gozo, de onde se tem a primeira visão da cidade de Santiago. Foi meio decepcionante. Tem um monumento enorme e a visão nem é muito boa. Tudo bem que hoje o dia também não era o dos melhores pra isso.

E a chegada da cidade é esquisita. É uma cidade grande, obviamente a maior de todo Caminho. Logo passa-se em monte de lugares feios antes de chegar nos lugares bonitos. E como essa cidade é grande...tem mais lugares feios... e a praça e a catedral são gigantes e lotada de turistas.

Sei lá, mas a sensação de quem passou por 11 dias pedalando pelo meio do nada passando por simpáticos povoados com pessoas que às vezes nunca foram muito longe dali, é meio estranha. Não deu vontade de sentar na praça e ficar olhando pra aquela igreja. Deu vontade de sair correndo...quase que esqueci de pedir pra fotografar. Cheguei a sair e voltei pra não me arrepender depois.

Enfim, não tenho dúvidas de que valeu a pena e que muita coisa aprendi. Não sei dizer o que, mas tenho certeza que aprendi. Uma delas é de que para pedalar não é suficiente somente saber pedalar. Muitas decisões são preciso ser tomadas pra se otimizar a pedalada e a chegada no seu destino final.

Vou ficar com saudades dos dias que passei só eu e a Querida, inclusive dos momentos mais duros. Aliás os mais duros serão os mais lembrados e os que trarão mais ganho na vida.

Afinal o nosso mundo é muito mais inóspito e duro do que o Caminho.

Valeu Querida!!! E queridos...

Dia 11 - Samos - Melide - 76km

Choveu o dia todo. Variando de fraco a muito forte. O frio oscilou durante o dia, mas no fim do dia estava ensopado por dentro e por fora. Definitivamente não vim equipado corretamente para este frio.

O trajeto foi bem variado com várias pequenas subidas e descidas. Muita lama no caminho, muita mesmo. Coitada da Querida, mas nós combinamos que os nós dois estamos no sacrifício final. Descidas derrapando. Passagens de pedras no meio de córregos. Floresta de carvalhos seculares incríveis. Fiquei abraçado numa árvore dessas imaginando o que ela já viu. Que energia incrível.

Ontem me foi perguntado: "como você está fisicamente?". Sabe de uma coisa...nosso corpo é uma máquina incrível. Cuja manutenção é só seguir uma cartilha relativamente simples. Seguindo o manual, esse corpo aguenta coisas inimagináveis.

O problema fica na cabeça. Essa máquina é de manutenção complexa. E funcionamento mais ainda. Depois de 10 dias pedalando começa a rolar um cansaço mental. Muitas coisas se tornam chatas. É preciso criar distração pra mente. E ainda controlar expectativas e ansiedade. Penso em muitas coisas pro meu final de caminho. Coisas boas, coisas ruins. Coisas que devo fazer ou não. Onde vou ficar. Quando e como vou pra Madrid. A cabeça voa...enquanto que o mais necessário é pedalar e prestar atenção no Caminho sem perder o ritmo.

Como será a emoção de chegar no destino final depois de tanto sacrifício e esforço.

Bom...tomara que o tempo melhore pra chegada em Santiago. Que emoção...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dia 10 - Ambasmestas - Samos - 51km

A subida de hoje não acabava nunca foram cerca de 15km serpenteando a montanha. Até que nem passei frio na subida. Mas quando chegamos lá em cima... Meu Deus....muito vento e muito frio. Corri pro primeiro lugar fechado. Fui parar dentro da igreja. Dali fui correndo pro próximo lugar quentinho. Era um restaurante. Nem tava muito a fim de comer mas achei uma lareira e me agachei do lado até parar de tremer. Tomei uma sopa e almocei. Achei que não ia conseguir sair nunca mais daquele restaurante.

Tomei coragem, vesti toda roupa e fui embora.  Achei que era descida mas logo veio outra subida. Depois, muitas descidas com pedras. Difícil desenvolver velocidade.

O caminho tradicional não passa por Samos, mas aceitei a dica do guia que estou lendo e fui.

Cheguei a tempo de pegar a última visita. Fiquei quase duas horas passeando pelo mosteiro. Incrível o lugar. Muito bonito. Fiquei sozinho na igreja enorme. Fui pra primeira fila, me ajoelhei e fiquei olhando pra aquele altar e fechei os olhos. Vi todos aqueles monges. Os cavaleiros e nobres se movimentando por ali. Que sensação!!! Fiquei com vontade de virar católico só pela beleza do lugar...

Hoje poderia ter visto o mosteiro por fora e passado batido como tenho feito nos lugares. Mas hoje decidi diminuir um pouco o ritmo da tour de France. Valeu a pena.

Quando comecei vi muitos velhinhos e velhinhas que até andavam tortinhos caminhando....peregrinando. Mas agora que está chegando perto de Santiago tenho visto pessoal mais jovem.

A princípio estou a dois dias de Santiago. Vamos ver se amanhã recomeço a tour de France ou vou peregrinando.

Até amanhã.

domingo, 28 de abril de 2013

Dia 9 - Rabanal del Camino - Ambasmestas - 80km

Depois da neve de ontem o dia amanheceu lindo mas muito frio e com bastante vento. O tema do dia foi o frio. Pedalei com três camadas de roupas. O problema é que o quebra vento não é respiravel e aí eu suo por baixo. Ou seja, ,ensopado por de baixo do casaco e sem poder tirar porque o vento tava congelante. Com o passar do dia o tempo foi ficando mais frio e mais nublado.
Passei por duas cidades que me balançaram de tão charmosas, Ponferrada e Villafranca del Bierzo. .  Fiquei com vontade de voltar lá um dia.
O Caminho hoje começou com a subida pra Cruz de Hierro bem íngreme mas com asfalto. Ou seja, é só ter força nas pernas. Não é a dificuldade de subir pela terra ou a quase impossibilidade  de subir pelas pedras. E teve uma mega descida de 15km pelo asfalto. Uma delícia, e mesmo freiando e tomando um certo cuidado cheguei a 67km/h. Tem até um placa no início dela avisando pro ciclistas não se matarem. Parece que morre gente por lá mesmo.
Tudo correndo bem, agora já começa a faltar poucos dias, 2 ou 3. Já começo a pensar em Santiago e de como passou rapido esse aventura. De como tenho mais detalhes que gostaria de lembrar. De como vou me recordar dessas passagens e que lições vou tirar delas. Ou seja, já estou com saudades do meu caminho...
Mas ainda não acabou, faltam cerca de 200km e amanhã teremos o temido O Cebrero. Amanhã também, vamos sair de Leon e vamos cair na Galicia. Vamos ver como será a diferença...
Até amanhã...



sábado, 27 de abril de 2013

Dia 8 - Astorga - Rabanal del Camino - 21km

Não sou católico, nem cristão, nem budista, mas acredito em muitas coisas. Principalmente que tem algum ente superior olhando as coisas. E hoje ele olhou e pensou: olha aquele cara subindo a pirambeira com a corrente desgastada, não vai chegar até o final assim. Vou botar uma pedra na frente e arrebentar logo a corrente dele. E foi assim que arrebentei a corrente depois de pedalar 20km com muito vento contra e muito frio mesmo com toda minha roupa de frio. Apanhei da corrente, cortei dois dedos sem sentir por causa do frio, quebrei a cabeça, mas consegui consertar a corrente depois de mais de uma hora. O primeiro conserto de corrente a gente nunca esquece. Consegui pedalar mais um pouco e na primeira forçada a corrente parte de novo. Consertei de novo, mas perdi a confiança pra pedalar com força. Decidi voltar pra Astorga pra tentar trocar a corrente.

Essa volta até que foi fácil porque foi só descida. Mas pedalando bem de levinho pra não partir a corrente de novo. E assim fui de volta pra lojinha do Roberto de Astorga. E sem querer querendo cheguei a 30 minutos da loja fechar para o final de semana. Pois é, a gente nunca tá sozinho.

Corrente nova, cassete novo e freios revisados. Pois a descida da cruz de hierro amanhã é de 26%!!! Já eram duas horas quando terminamos tudo.

Aproveitei e fui almoçar. Pensei em passar o dia em Astorga pois tinha gostado. Mas cheguei a conclusão que não tava ali pra isso.

Almocei muito bem. Além da conta inclusive. Mas estava precisando de um momento de relaxamento.

Depois do almoço ainda enrolei um pouco pra não pedalar de barriga cheia. E parti de novo. Pelos mesmos lugares. Muito vento de novo e a neve sem dar trégua. As vezes saia um sol mas voltava a neve.

Consegui chegar nessa vila no meio das montanhas e consegui o último quarto de uma pousadinha super simpática. O quarto é mega caprichado e fica no sótão.  Meu sonho de criança era morar no sótão. Só pra mim. Pois estou aqui. Sozinho no sótão no meio do nada com a certeza de que a gente não é sozinho neste mundo.

Amanhã tem mais. Uma das piores pirambeiras do caminho está a 8km de mim.

Até amanhã.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dia 7 - Bercianos del Camino Real - Astorga - 101km

Quebramos mais uma vez o recorde de distância. Este será o dia com a maior kilometragem pois amanhã começam de novo as montanhas.

Hoje a previsão era de chuvas mas pegamos bem pouquinho só no final do dia. A novidade foi o vento tinha  velocidade constante de lado e umas rajadas de umas 10/15 nós que davam um balanção na gente.

Hoje já pegamos uma ou outra subidas mas ainda com partes planas predominando.

Furei o pneu traseiro de novo. E substitui por uma câmara que tinha remendado. E óbvio, tinha outro furo que eu não tinha visto. Desmontei o pneu de novo e substitui pela última câmara nova que ainda tinha. E aí começa a minha busca por um borracheiro. Isso não existe aqui. Nem naqueles postos de gasolina enormes no meio da estrada que tem até hotel.

Tinha meio que desistido quando reencontrei meus amigos italianos. E os fui acompanhando pois eles ainda tinham câmara reserva. Mas deu tudo certo no final. Remendei direito as câmaras furadas e encontrei uma lojinha de bicicletas e comprei um spray que conserta furos e mais duas câmaras bizarras que tem uma massa dentro que ajuda a não furar. Bom chega de pneu.

Passamos por Leon que é uma cidade linda, mas como toda cidade grande a entrada e saída são longas, feias e chatas . E chegamos a Astorga outra cidade grande linda, muito menor que Leon, mas uma cidade...

Comecei a pensar hoje na próxima aventura...acho que vou pedalar de novo...mas deixa eu amadurecer mais a idéia.

Pensei uma outra coisa. Fico impeessionado com nosso corpo do que ele capaz quando a gente tme vontade e determinação. Era impossível imaginar a 6 meses atrás quando nasceu o projeto Santiago que eu poderia andar uma semana inteira de 8 a 10h por dia e não estar morto. Andar 100km por dois dias seguidos e depois sair pra passear. Impressionante como a nossa força de vontade é infinita.

Bom amanhã vou precisar dessa força pois vamos a 1500m de altura com previsão de chuva e até neve.
Até amanhã...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Dia 6 - Castrojeriz-Bercianos del Camino Real - 99km

Novo recorde. Passamos por uma região que venta muito sem vento. Ventos que chegam a mais de 80km várias vezes nessa época. Hoje foi mais um dia lindo e mais quente. Pedalei pela primeira vez sem as perneiras. Aproveitei a região plana e alguns trechos de asfalto pra acelerar. A média do dia foi acima de 18km/h mesmo com uma pirambeira de 12% de 2km logo no começo.

As dores bateram forte hoje. Sempre no mesmo lugar. No tendão de Aquiles querendo passar pra panturrilha. Mudei a altura do banco e a forma de pedalar. Deu uma boa aliviada. Mas o que funcionou mesmo foi diminuir um pouco o ritmo.

Engraçado que sinto que a estrada, a Querida e eu somos uma coisa só que vai se deslocando no meio do nada. Hoje passamos por poucas cidades. Foram muitas retas muito longas.

Passamos pelo meio de plantações gigantes que também não acabavam nunca, cruzando com um ou outro trator que cuidava delas. Muito pó com verde no campo e azul no céu.

Outra coisa engraçada. Minhas pernas doem muito para andar. Mas pra pedalar estão otimas. E os sons, e um silêncio com um barulho constante dos pneus passando pelas pedras e terra.

E os sentimentos...no começo rolou um desespero depois dos dois primeiros dias que foram muito duros e não rendiam nada. Depois a coisa começou a fluir e a sensação de que vou chegar a Santiago começou a crescer. Mas sinto ainda que o Caminho vai dar uma aprontada comigo. O tempo parece que vai começar a virar amanhã. E os próximos dias serão mais duros com a subida de duas montanhas. Previsão de muita chuva e temperatura abaixo de zero. Tomara que não chova, nem faça tanto frio.

E lá vamos nós...nossa energia é infinita...depende de nós...

Ps: estava frustrado que não estava conseguindo postar as coisas. Hoje descobri que aparentemente eram fotos demais. Vou passar a economizar nas fotos. Mas quando eu voltar, vou dar um jeito de posta-las.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dia 5 - Villafranca de Montes Oca - Castrojeriz - 86km

Recorde de distância quebrado. Dia muito parecido com o de ontem.
Destaques de hoje foi a a pirambeira de pedra no começo e a passagem complicada mas muito bonita  algumas partes da cidade de Burgos.
To bem cansado hoje. Não estou conseguindo postar o post de ontem.
Bom...por hoje é isso. Até amanhã.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dia 4 - Navarrete-Villafranca Montes de Oca - 81km

Hoje foi o recorde de distância. Foi tranquilo mas bem cansativo porque nem as subidas nem as descidas eram muito íngremes. Ou seja, tive que pedalar num ritmo constante por muitas horas. Mas todos os dias tem uns mil metros de elevação. Ai não tem jeito começa a doer um monte de coisas.
A vista é linda mas meio repetitiva com plantações a perder de vista. Hoje passamos por muitas cidades pequenas cada uma com o seu charme medieval.
Eu e a Querida estamos num excelente relacionamento. Venho sentindo e trocando muito com ela. Estamos muito afinados um com o outro. Conheço cada barulhinho dela. Sei exatamente quando quer trocar de marcha ou freiar. Parece coisa de doido, mas pedalar tanto tempo é coisa de doido. Enfim amo a Querida.
Hoje pensei uma coisa filosófica. Aliás o Caminho, pelo menos pra mim e pedalando,  não uma coisa meditativa. Fico o tempo todo ligadao nas marchas, nos buracos, na lama, no precipício, nas fendas, nas pedras, nas setas amarelas, na neve, na posição dos pés, nos barulhos da Querida... É tanta coisa pra prestar atenção as vezes a velocidade acima de 50 ou até 60km/h que nem penso muita coisa. Mas hoje eu pensei. Eu falei outro dia..."hoje peguei muito vento...". Aí me foi perguntado..."contra ou a favor?". E respondi..."ora contra, é claro". Aí fiquei pensando e conclui o seguinte. Não é pessimista.  Mas conclui que tudo na vida da gente é normalmente contra, obviamente com exceções temporárias. A única coisa que a gente tem a realmente a favor é a vontade de viver, a vontade de lutar contra as dificuldades, a energia pra correr atrás. É a única coisa a favor, mas ela é infinita até a hora em que a gente joga a toalha...
Vamo que vamo. Amanhã tem mais e ainda faltam 500 e tantos km.
Ps: tirei as fotos, pois nao tava indo...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Dia 3 - Estella-Navarrete 68km

Ontem a noite antes de dormir reparei que o pneu traseiro estava ficando careca. Tava com sono mas decide fazer o rodízio com o da frente que tá novinho. ..Até ai tudo bem.
Acordei cedo me arrumei e parti. E......pneu dianteiro furado...devo ter feito alguma besteira na troca.
Sai com muito frio a 4 graus e tempo feio ventando e ameaçado chover. Trouxe 3 câmaras e já usei duas. Mas no final foi o dia mais produtivo até hoje. O tempo abriu e o caminho foi mais tranquilo. Olha só fiquei feliz porque fiz a média de 12km/h...que pobreza. Não contava com o chão derrapante e a quantidade louca de ladeiras.
Mas enfim passamos por pequenas cidades medievais lindas e uma cidade grande,  Logrono que era minha meta minima. Mas consegui ir a Navarrete.
Vim parar de novo num albergue. Muito bom.
Tudo é uma maravilha mas o corpo começa a reclamar. To com dores no tendão de Aquiles. Mudei um pouco hoje a pedalada pra forçar menos, mas continua doendo. Gelo, anti-inflamatório, auto massagem e força de vontade.
Até amanhã.

domingo, 21 de abril de 2013

Dia 2 - 49km - Pamplona-Estella

Hoje foi a ressaca de ontem. Acordei tarde porque dormi tarde pilhado do primeiro dia. Sai umas 10:30h junto com os espanhóis de Fraga que conheci no caminho e nos encontramos por coincidência no mesmo albergue. Aliás minha primeira experiência em albergue foi fantástica. Não é possível que os albergues na média sejam assim. Excelente lugar.
Voltando ao Caminho, hoje foi duro pela quantidade de subidas algumas muito íngremes, mas pior mesmo, ou melhor, mais tenso foi a descida do Perdon. Muito íngreme e lotado de pedras. Fiquei com dor nos braços, mãos e costas de tanto apertar o freio. E no finalzinho...bum!!! Lá se foi a minha câmara numa pedra...pneu traseiro furado. Graças a Deus não foi ontem no meio da neve. Achei um lugar quentinho ao sol, sentei no chão e calmamente troquei a câmara. E aproveitei pra dar uma geral na Querida. Consegui desempenar o disco dianteiro. Caraca!!! Achei tava pegando pouco, mas depois que consertei, a Querida voou. Valeu pela dica Felipe.
Os lugares que passamos hoje são bem diferentes de ontem. Sai a beleza natural selvagem e entra a beleza natural criada pelo homem. Plantações lindas de florzinha amarelas (não é girassol) e parreiras de perder a vista. E lindas construções medievais que passamos por dentro delas. Lugares mágicos cheios de energia e sem ninguém além de mim e a Querida. Parece que vai sair da porta cavaleiro e com sua princesa. Muito mágico...
Parei em Estella com apenas 50km...tá muito dificil subir a velocidade. Tem muita ladeira de pedra e terra.
Vamos ver se tiro o atraso amanhã.

sábado, 20 de abril de 2013

Dia 1 - Saint Jean Pied-de-Port - Pamplona - 73km

Esse então nem se fala. Pois são 1500m de subida em 10km ou menos pra começar. E com muito  peso.
Mas isso tudo são detalhes que só contribuem pra emoção do dia. Foi um dia muito duro mas indescritível pelas sensações vividas. Frio, calor, medo, tensão,  adrenalina, velocidade e muita muita subida.
Pedalei mais de 10h pra cobrir pouco mais de 70km. Pedalei no asfalto, neve, terra marron, pedra, lama, rios, terra preta folhas, tudo.
Fica mesmo difícil de descrever tantas sensações diferentes num único dia.
Subidas empurrando a Querida quase caindo pra trás por cima de pedras soltas. Passando na beirinha do precipício com lama. Descendo tenso pedalando na neve pra não derrapar e se ensopar. Pedalando por mar de folhas com um palmo de altura com lama em baixo. Descendo com muitas pedras grandes soltas e pontundas rezando pra não estourar o pneu. Voando a 70 por hora em pirambeiras de terra. Desviando em velocidade de galhos atravessando. Poxa e tanta coisa que fica até difícil de lembrar.
Mas enfim. Valeu a pena. Fico até emocionado em lembrar o que passei sozinho mas acompanhado pela energia de pessoas e queridas. Tomando o maior cuidado pra não me machucar  justamente pra poder encontrar essas pessoas queridas de novo.
Obrigado pelo dia de hoje.
Querida mandou muito bem!!!
Algumas fotos...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Em Madri...

Viagem boa, avião lotado. Saímos com uma hora de atraso mas chegamos praticamente na hora. O aeroporto é gigante...tadinho do lixo do Galeão.

Em meia hora embarco para Pamplona. To me alimentando....líquidos e carboidrato.

Querida viva...

A Querida foi a última a sair, mas fez boa viagem. O motorista de taxi já estava nos esperando com um cartaz. Muito profissional e gentil.

Chegamos bem em Saint Jean Pied-de-Port. O caminho pelos pirineus tem muita curva, meio enjoativo, pelas curvas e pelo cansaço da viagem. Mas muito bonito. Vegetação bem típica de lugar frio. Aliás, os picos ainda estão nevados e temperatura de 5º. Demoramos pouco mais de uma hora.

A cidade é medieval e muito bonita. Muito bem conservada...coisa de europeu.  Cidadezinha do interior da montanha que não seria nada se não fossem os peregrinos.

Querida montada e pronta pra começar o caminho. Os discos sofreram um pouco, ficaram ligeiramente empenadas. Acho que não vão atrapalhar.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Fui...

A Querida foi despachada direto pra Pamplona. Foi simples sem complicações sem taxas extras. Yes!!!!

O malabike foi com 19kg pois inclui as coisas que poderiam ser proibidas de viajar a bordo, tipo as ferramentas, raio, etc. Os alforges, 13kg, estou carregando como duas mochilas....comprei uma tira de amarrar bagagens no free shop e carrego no ombro.

Bom é isso...meia hora pro embarque.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Testando post do celular

Estava tenso pra embalar toda minha bagagem (depois mando a lista). Bom, deu tudo certo, olha a foto.

Aproveito ainda pra testar o post pelo celular,  pois pretendo postar notícias pelo celular.

Agora vai...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ta chegando a hora...

Desde que comecei com essa historia do Caminho de Santiago, ouco dizer que o Caminho comeca quando voce efetivamente decide fazer o Caminho... Isso e' a mais pura verdade...

Meu Caminho comecou ha cerca de 1700km de prazer pedalando. Muitas horas na internet, muitos sites, aplicativos, mapas, livros, blogs, foruns, varias fotos e especialmente algumas pessoas que conheci ao longo desse tempo dao um significado especial a este Caminho.

Eh engracado que quando voce se prepara muito para alguma coisa, parece ateh que ja passou do ponto de tanta preparacao que foi feita. E eh claro que por mais que vc se prepare para nada dar errado, sempre acontece um monte de coisa errada. Ou melhor, coisas imprevistas que vc vai precisar se ajustar para que o Caminho ainda continue viavel apesar dos imprevistos.

Sao inumeros os contratempos, ate uma mega cotovelada que dei no guidon tirando o pedal. Fui ate parar no hospital para ver se tinha fraturado meu cotovelo. Mas ainda bem, apesar da dor, nada de fraturas...

Bom agora, faltam 4 dias para o embarque e o incio da etapa final dessa aventura. Ainda nao consegui fechar todo meus equipamentos, roupas, suplementos alimentares, kit farmacia, e etc. dentro dos pequenos alforges, mas ja desmontei a Querida que estah na malabike.

Por ora eh isso...

Ficam ai umas fotos do ultimo dia de treino que foi na Prainha...






sexta-feira, 29 de março de 2013

Coisas da Internet

A pesquisa na internet e alguns aplicativos tem sido fundamentais para a evolucao do meu projeto, destaco:

1) Evernote - para o clipping e arquivar na nuvem sites interessantes e importantes;
2) Dropbox - para arquivar na nuvem os arquivos pra acessar depois;
3) Booking - para reservar os hoteis ao longo do caminho;
4) Google Drive - para montar a planilha de planejamento do pedal e ir atualizando pelo celular;

Aproveitando, estou disponibilisando abaixo o link do evernote com todas os sites que achei interessante e importante, vale lembrar que os novos site serao automaticamente incluidos nesse mesmo link.

Link para os sites guardados no Evernote.

Logistica de Ida e Volta (parte 3)

Olha que curioso...tem milhares de pessoas que fazem o caminho de Santiago todo ano de bicicleta e chegar ao principal local de partida nao eh uma tarefa simples...deve ser a crise...

O que aconteceu desde o ultimo post...

A Iberia cancelou o meu voo e me jogou pro dia seguinte...fazer o que...aceitei a mudanca e tive que pedir para botar minha volta um dia pra frente tambem pra nao embolar meu planejamento de pedal...pois ta bem justinho.

De Madri para Pamplona, minha opcoes eram as seguinte, na ordem de preferencia:

1) ir de onibus - o terminal fica dentro do aeroporto e seria uma viagem relaxante e agradavel ir passeando entrando no clima, e com venda de bilhetes online. Tudo perfeito. Ate escolhi o lugar que ia sentar... E na hora de liquidar a fatura, descubro que eles nao aceitam cartoes de credito internacional. E o pior, nao diz isso em lugar nenhum no site. Descobri tentando um monte de vezes com diversos cartoes diferentes e olhando nos foruns de discussao e reclamacao;

2) ir de trem - teria que ir ao centro de taxi, mas tambem seria uma viagem legal. Ia me dar mais trabalho, mas ok. Quase comprei. Descobri que eh proibido levar bicicleta nesse trecho. So vai como carga e nem sempre tem vagao de carga na trem que vc quer. Ou seja, a carga tem chance de chegar depois de vc.

3) ir de aviao - como nao tinha jeito fui comprar a passagem aih tem duas pegadinhas. Fui comprar so bilhete de ida, 200 euros. Caraca!!! Ida e volta, 100 euros total. E ainda tem mais pegadinha, no e-ticekt diz que voos locais nao se pode levar bicicleta, no site diz que vai como bagagem normal dentro das especificacoes ou se paga 75 euros se fora das especificacoes.

Ou seja, tudo comprado, mas o jeito sera torcer pra tudo dar certo.

Ainda nao acabou....estou em Pamplona.

Nao ha onibus ou van que faz o translado pra SJPP. So taxi, e so descobri uma unica companhia ate agora. Parece bem organizada ate. Mas nao fazem reserva com mais de uma semana de antecedencia. Vou ter que controlar minha ansiedade e esperar pra fazer a reserva...

Sobre a volta, desisti de ver por aqui. Vou descobrir durante a minha pedalada...acho que vai ser mais eficiente.

No mais, seguem os meus treinos. Vou fazer um post com o resumo de todos eles desde o inicio, ja sao mais de 1.000km de treinos. Participei de uma prova de longa distancia de 100km, o Audax. Muito legal isso. Me animou pra tentar fazer a prova de 200km depois que chegar de viagem. Sera minha proxima meta ciclistica.

Segue ai uma foto da Querida no treino de hoje no Corcovado...


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Logistica da Ida e da Volta (parte 2)

Decisao tomada. Vou via Madrid. Coisas que contribuiram para a minha decisao (nao esta na ordem de importancia):
  1. Mais mil kilometros na ida e na volta da viagem para o Brasil;
  2. Passagem mais cara;
  3. Regras que dificultam carregar bicicleta no TGV de Paris para Bayonne;
  4. Necessidade de viagem relativamente longa de aviao na volta, de Santiago para Paris;
  5. Conseguir um chip de celular espanhol logo na chegada;
A passagem pela Iberia, Rio-Madri-Rio ja esta comprada, com ida para dia 17/abr e volta para o dia 3/mai paguei cerca de 1000 dolares. Tinham passagem pouco abaixo de 800 dolares, mas todos com escalas, 1 ou 2. Como estarei com a minha Querida, nao posso arriscar de ficar sem ela numa dessas trocas de aviao no caminho, preferi o voo direto que e' operado somente pela Iberia.

Dentro desse tema, ainda preciso decidir como chegar de Madri a Pamplona. A principio ja descartei a possibilidade de ir de aviao por causa do preco. A passagem de ida custa uns 200 euros. Enquanto que o onibus ou o trem custam menos de 100 dolares. E depois decidir como ir de Santiago para Madri, mas essa decisao acho que vou deixar para fazer durante a minha pedalada mais proximo do final. De qualquer forma estudarei o assunto antes.

Por ora e' isso...manterei voces informados...


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Bagageiros, Alforges e Malabike

Fiquei muito tempo sem atualizar meu blog... Mas nao achem que estou parado com meu projeto. Muito pelo contrario. Muitos avancos foram realizados, apesar das dificuldades encontradas. Vamos comecar pela bicicleta:

  • Nao e' facil encontrar no Rio o bagageiro proprio para freio a disco. Algumas lojas, inclusive a Decathlon vende um bagageiro que supostamente era para a bicicleta que comprei na loja deles, mas na verdade eles querem fazer um gambiarra na montagem. Cuidado!!! Eles nao tem pessoal com capacidade tecnica para fazer as coisas certas. So sabem fazer o basico. No final, nao encontrei no Rio, encontrei um site em Sao Paulo muito bom que vende uma infinidade de equipamentos para bicicleta, e' a Monster Bike. Foram pontuais na entrega e o equipamento veio bem acondicionado em com manual de instalacao. Comprei o Bagageiro TOPEAK Explorer TA2041B 29er Tubular Disco por R$199.
  • Descobri por indicacao de um amigo, uma oficina de alta qualidade que utilizei para fazer a manutencao na bicicleta e depois pedi para instalar o bagageiro. Tem servico de primeira. E estao acostumandos a pegar bicicletas de pessoal que compete em speed e mtb. E' a All Track.
  • E os alforges e o malabike foram comprados na Onde Pedalar, site que ja comentei como muito util para quem pretende fazer o Caminho.
Bom, com a bicicleta equipada, comecou uma nova fase de treinos. Coloquei 6 garrafas de agua mineral de 1,5L, 3 em cada alforge, e comecei a fazer os percursos que estava fazendo antes so que agora carregados com cerca de 11kg!!! No plano, quase nao notei diferenca, somente na estabilidade quando e' preciso fazer algum tipo de manobra de desvio rapido ou contonar em pequenos espacos. Agora na subida...que dureza, alias voce acaba descobrindo que lugares de se achava plano, tem uma pequena inclinacao, que quando carregado, ja incomoda. E, na descida, a bicicleta pega velocidade mais rapido e tempo e esforco de frenagem e' bem maior. Resumindo, e' preciso pensar 2 ou mais vezes antes de incluir alguma coisa na bagagem.

Ah uma ultima coisa sobre a bicicleta. Ela finalmente foi batizada, agora tem nome: Querida. Segue a primeira foto do meu blog. A Querida!!!


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Logística da Ida e da Volta

Esse era um tema que achei que resolveria com relativa rapidez. Mas tem tomado meu tempo muito mais do que esperava. Vou tentar resumir as minhas premissas e minhas dúvidas.

Basicamente, pra quem vai sair de Saint Jean Pied-de-Port (SJPP) tem dois caminhos óbvios para chegar:

  1. Por cima, pela França -- Rio=>Paris (avião)=>Bayonne (trem TGV)=>SJPP (trem normal);
  2. Por baixo, pela Espanha -- Rio=>Madri (avião)=>Pamplona (avião)=>Roncesvalle (ônibus)=> SJPP (taxi);
Na minha cabeça, o caminho pela França é o mais óbvio. Menos baldeação, sem troca de aviões, a estação de trem fica no aeroporto de Paris. Muito óbvio. Mas aí começam as dificuldades.
  • Parece que transportar bicicleta no TGV é uma dor de cabeça;
  • Complica a logística da volta, pois vou acabar tendo que voltar para Paris;
    • Pela França -- Santiago=>Madri (avião)=>Paris (avião)=>Rio (avião);
    • Pela Espanha -- Santiago=>Madri (avião)=>Rio (avião); 
Conclusão até agora. Ainda estou batendo cabeça com essa questão e não defini. Conciliar a minimização de dor de cabeça com menores tarifas está tomando mais tempo do que pensei. Por enquanto é isso...
Assim que avançar no assunto, farei uma atualização nesse mesmo post.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Verdade do Caminho

Depois que li o livro do Sérgio Reis, fiquei animado com a história de carimbar a credencial do peregrino e ser homenageado na missa de chegada a Santiago. Descobri que para conseguir essa credencial, no Rio, o mais fácil é pedir para a Associação dos Amigos do Caminho de Santiago do Rio, eles entregam pelo correio. Mas descobri também que eles tem um encontro mensal e que ocorreria naquela mesma semana.

Resolvi ir.

Para minha surpresa, a primeira de várias, eu com 43 anos era um dos mais novos e muito abaixo da média de idade da turma mais animada. Pessoas que foram 1, 2, 3 ou mais vezes fazer o Caminho. Encontrei um pessoal mais velho, mais fora de forma (pelo menos na aparência), porém com uma jovialidade mais presente do que em muito encontro de jovens. Mal cheguei, um pouco atrasado, é verdade, me colocaram no palco junto com as demais pessoas que eram novatas naquele encontro.

Segunda surpresa, que ambiente acolhedor, pessoas atenciosas, querendo te ouvir, te ajudar. Sanduichinhos, bombons e uma vontade gratuita de fazer você se sentir bem. Vimos um vídeo, ouvimos coisas práticas da rotina dos albergues, da arrumação de mochila, etc. Em relação a parte prática, fazer o Caminho de bicicleta ainda não é uma coisa muito usual, pelo menos no Rio. Algumas pessoas já fizeram, mas não é uma coisa muito frequente, pelo menos pro carioca. Mas mesmo assim, algumas pessoas se aproximaram de mim, oferecendo indicação de livros e de pessoas que fizeram o Caminho de bicicleta.

Enfim, uma grata surpresa geral, parece que esse é o espirito do Caminho de Santiago. Solidariedade, ajuda ao próximo, tudo sem querer nada em troca. Ser humano com ser humano. Pura troca. Até então meus treinos tinham sidos focados no físico e prático, agora começo a perceber com meus próprios sentimentos (já tinha lido no livro do Sérgio Reis) como o Caminho é muito mais do que um desafio físico.

O Caminho começa muito antes do primeiro passo em Saint Jean Pied-de-Port...